Os doentes transplantados de órgãos sólidos ou de tecidos pertencem a um grupo com risco aumentado para a infeção por SARS-CoV-2 devido à terapêutica imunossupressora, acrescida de outros fatores de risco descritos para a população geral.
Nenhum dos ensaios clínicos das vacinas para a COVID-19 incluiu doentes imunodeprimidos ou transplantados.
No entanto, considerando o aumento das complicações e da mortalidade associada à infeção COVID-19, e avaliando os dados publicados com outras vacinas, a Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) considera que o risco, a existir, será francamente menor do que a não vacinação.
Não é ainda conhecida qual a dose e número de administrações que devem ser efetuadas para que a imunidade seja atingida nos doentes transplantados.
A SPT considera que a vacinação nos mesmos moldes da proposta para a população geral, poderá possibilitar algum grau de proteção que a sua ausência seguramente não oferece.
Assim, a SPT aconselha a que os doentes com mais de seis meses de transplante devem ser vacinados e responder positivamente quando forem chamados para a sua administração.
Susana Sampaio
Presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação